Fernanda Torres está concorrendo ao Oscar 2025: aos 59 anos, ela foi indicada ao prêmio de Melhor Atriz, nesta quinta-feira (23), por seu trabalho como Eunice Paiva em Ainda Estou Aqui. Fernanda repete o feito da mãe, Fernanda Montenegro, que disputou a estatueta em 1999, por Central do Brasil, também, de Walter Salles, e já ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz de Drama, pelo filme sobre a ditadura brasileira. O Oscar 2025 acontece no dia 2 março no Dolby Theater, em Los Angeles (EUA), e a lista completa de indicados está AQUI.
Fernanda irá concorrer com Cynthia Erivo, por Wicked, Karla Sofía Gascón, por Emília Pérez, Mikey Madison, por Anora e Demi Moore por A Substância.
O Oscar é considerado a premiação mais importante do cinema mundial, e o anúncio dos indicados, originalmente programado para 17 de janeiro, foi adiado duas vezes devido aos incêndios em Los Angeles. Somente pode votar no Oscar quem faz parte da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que tem cerca de 9.500 membros ativos ligados à indústria cinematográfica.
Exceto pela categoria de Melhor Filme, todas as outras são indicadas por quem atua nelas - atores indicam atores, roteiristas indicam diretores e assim por diante. Mas, a partir de agora, todos os membros podem votar em todas as categorias.
O Brasil tem seis atores que fazem parte da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas: Alice Braga, Fernanda Montenegro, Rodrigo Santoro, Selton Mello, Sonia Braga, e Wagner Moura, e , sua mãe. Indicados se tornam automaticamente membros da Academia - logo, Fernandinha também passará a fazer parte do grupo, que conta hoje com um total de 53 brasileiros em diversas áreas.
Ainda Estou Aqui é a terceira parceria de Fernanda com Walter Salles, com quem já tinha feito Terra Estrangeira (1995) e O Primeiro Dia (1998). No cinema, a atriz brilhou ainda em Inocência (1983), A Marvada Carne (1985), O Que é Isso Companheiro? (1997), Casa de Areia (2005) e Lina Bo Bardi – A Marvelous Entanglement (2019), entre outras produções.
Na televisão, Fernandinha fez dezenas de novelas e séries, com destaque para Os Normais (2001) e Tapas & Beijos (2011), nos quais mostrou seu talento para o humos, além de trabalhos mais dramáticos, como Selva de Pedra (1986), Filhos da Pátria (2017) e Fim (2023).
Atriz desde os 13 anos, Fernanda seguiu os passos da mãe, Fernanda Montenegro, e do pai, o ator e diretor Fernando Torres, que morreu em 2008. Ela é casada com o diretor de cinema e televisão Andrucha Waddington. Os dois estão juntos desde 1997 e são pais de Joaquim, de 24 anos, e Antônio, de 16.
Ainda Estou Aqui é história real
Ainda Estou Aqui é o primeiro longa-metragem com produção original do Globoplay e já bateu a marca de 3 milhões de espectadores no cinema. Ele é baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva sobre sua mãe, Eunice Paiva. Ela foi casada com Rubens Paiva (Selton Mello), um deputado que foi cassado e exilado na ditadura militar. Em 1971, Paiva foi levado por militares da Aeronáutica de sua casa, no Leblon, no Rio de Janeiro, em 1971. Ele foi preso, torturado e morto, e seu corpo nunca foi encontrado.
Mãe de cinco filhos e formada em Letras, Eunice lutou por décadas para que o Estado reconhecesse a morte do marido, o que só aconteceu com depoimentos de ex-militares envolvidos no caso à Comissão Nacional da Verdade, que investigou as violações aos direitos humanos durante a ditadura militar. Vivida por Fernanda Montenegro em Ainda Estou Aqui, Eunice teve Alzheimer e morreu em 2018.
