O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou R$ 546,6 bilhões em investimentos para impulsionar cadeias agroindustriais sustentáveis. O anúncio foi feito durante a cerimônia da Nova Indústria Brasil, realizada nesta terça-feira (3), no Palácio do Planalto, em Brasília. O evento também contou com a participação do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, do ministro interino da Agricultura e Pecuária, Irajá Lacerda, do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, entre outros representantes do Governo Federal e do setor produtivo.
A Nova Indústria Brasil (NIB) tem como objetivo melhorar a vida cotidiana da população, estimular o desenvolvimento produtivo e tecnológico, ampliar a competitividade da indústria brasileira, promover melhores empregos e fortalecer a presença do Brasil no mercado internacional. A NIB define metas para cada uma das seis missões que guiarão os esforços até 2033. Essas metas contam com áreas prioritárias para investimentos e ações coordenadas por ministérios membros do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) e pelo setor produtivo nacional.
Os anúncios realizados pelo Governo Federal são para a Missão 1 da NIB que visa desenvolver as cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética. Dos R$ 546,6 bilhões, R$ 250,2 bilhões são de recursos públicos em linhas de crédito, sendo que R$ 198,1 bilhões foram alocados em 2023 e 2024. E R$ 52,18 bilhões estão disponíveis para 2024 a 2026. Já o setor privado prevê investimentos de R$ 296,3 bilhões até 2029.
“Em 2023, encontramos um Brasil marcado pelo fechamento de fábricas. Agora, com o programa Nova Indústria Brasil, estamos retomando os investimentos industriais, gerando empregos, renda e impulsionando o crescimento do PIB”, destacou o presidente Lula.
Já Alckmin apresentou as novas metas da Missão 1 da NIB para 2026 e 2033, aprovadas pelo CNDI. A primeira é a de elevar o crescimento do PIB Renda Agroindústria para 3% ao ano, em 2026, e 6% ao ano, em 2033. A segunda meta é de aumentar a mecanização da agricultura familiar para 28%, em 2026, e 35%, em 2033. E a terceira é aumentar a tecnificação da agricultura familiar para 43%, em 2026, e 66%, em 2033. Tecnificação é o uso de equipamentos e tecnologias agrícolas que vão além da mecanização. Atualmente, 35% dos estabelecimentos são tecnificados.
“É inovação sustentabilidade consequentemente Renda pra sociedade brasileira como um todo queria só adicionar esses pontos”, ressaltou o ministro interino do Mapa.
Já o secretário-executivo em exercício do Mapa, Cléber Soares, destacou: “Projetamos uma taxa de crescimento médio de 3% ao ano para 2024-2026 na agroindústria e de 6% ao ano entre 2027-2033. Com essas metas, esperamos atingir um PIB do agronegócio brasileiro na faixa de pelo menos R$ 4 trilhões até 2033”.
O CNDI também definiu as cadeias produtivas prioritárias da missão 1, que vão ajudar a impulsionar o setor e a alcançar as metas definidas. A primeira cadeia vai disseminar o uso da agricultura de precisão, com estímulo à produção nacional de drones.
O governo também quer adensar a cadeia de produção de fertilizantes e biofertilizantes, gerando valor aos produtos nacionais e reduzindo a dependência brasileira desses insumos importados. Além disso, o governo vai fortalecer a produção nacional de máquinas agrícolas e suas partes e componentes.
Na ocasião, o vice-presidente Alckmin destacou o trabalho do ministro Carlos Fávaro nas relações comerciais internacionais. “Mais de 280 acordos comerciais foram abertos na agricultura, destacar o trabalho do Fávaro e do Irajá importantes também”, afirmou.
"O compromisso de aumentar o consumo interno de algodão para 1 milhão de toneladas (lançado no Congresso Brasileiro de Algodão em setembro, em Fortaleza, entre a Abrapa e a ABIT), não é um mero objetivo numérico, é a conexão entre a indústria o agronegócio com agregação de valor em nosso território. Na verdade, representará a criação de milhares de novos empregos e fortalecimento da soberania, inclusive industrial, e o desenvolvimento sustentável que tanto buscamos", exemplificou o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), Fernando Pimentel, lembrando que o setor parte do campo, com o cultivo sustentável do algodão, reconhecido mundialmente por sua qualidade, e chegando ao produto final que veste e emprega milhões de brasileiros e brasileiras.
Fortalecimento da produção agropecuária
Durante a cerimônia, o Mapa e a Petrobras assinaram o Protocolo de Intenções para fortalecer a produção e o desenvolvimento de fertilizantes e insumos para nutrição de plantas.
O acordo prevê a ampliação e modernização de instalações fabris para produção nacional de fertilizantes; capacitação de profissionais; desenvolvimento de tecnologias avançadas; aprimoramento da infraestrutura e logística; transferência de tecnologia; além do desenvolvimento rural sustentável.
A Finep vai assinou dois contratos, de R$ 250 milhões cada, para o desenvolvimento de produtos inovadores para o setor agropecuário. A empresa Ouro Fino Saúde Animal vai desenvolver a primeira vacina de dose única do mundo contra a doença de Glässer para suínos.
Para o desenvolvimento de produtos e processos inovadores que gerem impacto no processamento industrial, o outro acordo da Finep será com a Lar Cooperativa Agroindustrial. O projeto prevê o desenvolvimento de soluções ligadas a alimentos e suprimentos para aves, buscando a automação dos processos e o uso de novas tecnologias da Indústria 4.0 visando ao aumento de produtividade, redução de custos de produção e segurança alimentar.
O Banco do Nordeste (BNB) assinou o contrato com a empresa Inpasa para o financiamento de uma nova planta de etanol de milho e sorgo no município de Balsas no Maranhão. Com financiamento de R$ 600 milhões do BNB, o projeto terá um investimento total de R$ 1,3 bilhão, com potencial de geração de 351 empregos diretos na nova planta.