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PREJUÍZO AOS PRODUTORES

Janaina defende judicialização contra moratória da soja e da carne em MT

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Durante reunião da Frente Parlamentar do Agro de Mato Grosso, ocorrida na manhã desta terça-feira (23.04), na sede da Famato, que teve como pauta principal a moratória da soja e da carne, a deputada estadual Janaina Riva (MDB) defendeu a judicialização do embargo que afeta diretamente os produtores não só de Mato Grosso, mas de todos os estados que possuem o Bioma Amazônia.

A Moratória da Soja é uma iniciativa que objetiva assegurar que a soja, produzida no bioma Amazônia e comercializada pelos seus signatários, esteja livre de desflorestamentos ocorridos após 22 de julho de 2008. O problema é que este ‘acordo’ sobrepõe a legislação florestal brasileira que é considerada uma das mais rígidas do mundo. Em Vera e Feliz Natal, médio-norte de Mato Grosso, 70% dos agricultores (cerca de 260) estão impedidos de comercializar a oleaginosa com as empresas signatárias da moratória da soja.

“Importante que hoje aqui nós falamos sobre a necessidade de se fazer já um processo judicial sobre o caso. Nós temos algumas pautas que já foram tratadas pelo governo do estado. A primeira delas é discutir quais são os signatários hoje da moratória da soja e o governo conversar com cada uma das empresas demonstrando prejuízo social e econômico para o estado de Mato Grosso. A segunda delas, a presença dos representantes que são a favor da moratória da soja, que estão dentro dos conselhos estaduais, o governo também ficou de prejuízo. Os benefícios fiscais a empresas que são concedidos pelo estado, que também assinam a pactuação da moratória da soja, o governo rever também essa política de incentivo e por último seria o processo judicial. O que nós tratamos hoje aqui foi da necessidade de andar com o processo judicial em conjunto e junto com essas políticas que nós estamos debatendo para avançar na pauta aqui, especialmente no estado de Mato Grosso”, defendeu a parlamentar.

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Para Janaina é uma absurdo que um pacto comercial sobreponha a legislação e reforça sobre o prejuízo gigantesco à economia mato-grossense.  “É um prejuízo grande para o estado. O Código Florestal de 2008 não estabelece nenhuma das regras da moratória, então quer dizer, existe um pacto comercial que é superior à legislação federal brasileira, à legislação estadual de Mato Grosso, e isso é muito preocupante. É preocupante porque nós acabamos não sendo donos daquilo que é nosso, que seria o nosso País, o nosso estado. Esse pacto comercial, ele é feito especialmente para atender, países como os da União Europeia, que têm buscado frear a produção brasileira com interesse econômico de viabilizar a sua produção e tentar inviabilizar a nossa”, avalia.

Na visão da parlamentar, a moratória aumenta o risco do comércio ilegal. “Os municípios que são atingidos sofrem grande prejuízo, isso aumenta também, de certa forma, o comércio ilegal porque algumas propriedades produzem e vendem para outras que podem comercializar e é isso que nós não queremos. Nós estamos dentro daquilo que a lei determina, trabalhando na legalidade no nosso Estado e um pacto comercial está nos obrigando a viver fora daquilo que deveria ser o correto. Então tá tudo errado, tem que ser revisto e a Assembleia vai batalhar bastante junto com as entidades do segmento de produção do Estado de Mato Grosso e queremos que o Estado vire essa página e que eles tenham condição de igualdade desde que tenha desmatado legalmente”, finalizou a parlamentar.

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A deputada lembra que nem todo o desmate é ilegal e quando geralmente se fala sobre o assunto só se fala de desmate ilegal, porém ela reforça que existe o desmate legal e que ele é lícito, previsto no Código Florestal Brasileiro e tem regras muito restritivas no País para poder se utilizar a terra.

Além de Janaina, participaram da reunião os deputados Dilmar Dalbosco, Faissal Calil, Nininho e Carlos Avalone, além de representantes do setor produtivo e sindicatos rurais e da AMM.

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POLÍTICA

Lula e Pacheco tentam acordo sobre a desoneração da folha

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Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se reuniram, ontem à noite, no Palácio da Alvorada, para tentarem aparar as arestas criadas pela judicialização da lei que prorroga, até 2027, a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e de municípios até 142 mil habitantes. Além de avaliarem alternativas que contemplem os dois lados em relação ao tema, discutiram, ainda, pautas capazes que causar rombos nas contas públicas — como a PEC do Quinquênio — e questões que vêm causando ruídos na relação entre o Congresso e o Palácio do Planalto.

Antes do feriado, Pacheco voltou a subir o tom contra o governo por questionar, na Justiça, a lei que prorroga a desoneração da folha. Não apenas disse que houve precipitação ao levar o tema para o Supremo Tribunal Federal (STF) — onde o placar permanece em 5 x 0 pela reoneração da folha, apesar de suspenso por um pedido de vista do ministro Luiz Fux —, como alertou que o impasse “gera uma crise de confiança na relação entre os Poderes para outros tantos temas que pressupõem uma relação de confiança”.

A saída para a desoneração pode estar naquela apontada pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE): um projeto de lei que aumenta, gradualmente, a alíquota da contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento de municípios com até 50 mil habitantes e receita corrente líquida per capita de até R$ 3.895 (1.027/24). A matéria está parada, aguardando designação de relator na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família (CPASF).

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Pacheco deu a entender que esse PL iria na direção do entendimento entre o Congresso e o Palácio. “Um projeto de lei, de autoria da liderança do governo, não pode ser desprezado. Isso, inclusive, é o maior indicativo de que não há inconstitucionalidade alguma (na desoneração). Eles aceitaram discutir o projeto, a manutenção, por um tempo, dentro de uma fase de transição”, lembrou.

Questionamento

De acordo com a lei questionada pela ação da Advocacia-Geral da União (AGU) ao Supremo, haveria uma redução da alíquota de contribuição previdenciária dos setores produtivos de 20% para 1,5% a 4,5%. Já os municípios sem programa próprio de Previdência Social seriam beneficiados com a redução de 20% para 8%.

“Acho muito importante que o governo federal, a Casa Civil e o Ministério da Fazenda estabeleçam um diálogo com as associações dos municípios brasileiros, com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), com a Frente Nacional dos Municípios, para poder haver uma concertação federativa. Ou seja: o governo não aceita o projeto que foi feito em relação aos municípios, os municípios querem apresentar ao governo a situação calamitosa em que vivem, especialmente sobre o prisma previdenciário, e por que não conseguem cumprir a alíquota estabelecida anteriormente. Esse diálogo precisa ser feito”, cobrou Pacheco, na terça-feira.

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Segundo o presidente do Senado, em 13 de maio haverá uma discussão sobre o tema com representantes da CNM e da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos.

Da reunião entre Lula e Pacheco, participaram os senadores Jaques Wagner (PT-BA, líder do governo no Senado), Jorge Kajuru (PSB-GO) e Leila Barros (PDT-DF), além dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Renan Filho (Transportes) e Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública).

“Noventena”

A Confederação Nacional dos Serviços (CNS) foi ao STF defender a legalidade da desoneração da folha e pedir que os efeitos da decisão de Zanin, só passassem a ser válidos a partir de agosto, caso a Corte decida mantê-la. A entidade apontou que a prorrogação do benefício teve o impacto orçamentário e financeiro estimado pelo Congresso em R$ 9,4 bilhões.

“Dessa forma, tem-se por desnecessária a suspensão da referida legislação até que o Congresso realize a estimativa do aludido impacto orçamentário e financeiro, na medida em que tal providência já foi devidamente adotada pelo Congresso”. A CNS alega que será preciso aplicar uma “noventena”, ou seja, um período de 90 dias para que os tributos sejam cobrados novamente, já que a promulgação da lei indicou que a desoneração não seria revogada.

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