A estreia do BBB 25 traz à tona o clima de competição, convivência intensa e surpresas que cativam o público ano após ano. Em meio à empolgação com a nova edição, nomes de ex-participantes ainda ecoam na memória do público, como o de Natália Deodato, que esteve no BBB 22 e até hoje sente o impacto que o reality show teve em sua vida. "A dinâmica intensa do programa em todos os sentidos, tanto lá dentro quanto tudo o que acontece aqui fora enquanto estamos confinados, foi o que mais me surpreendeu", conta a mineira, de 25 anos, em conversa com a Quem.
Para a atriz e empresária, participar de um reality show como o BBB não é apenas enfrentar as provas físicas e estratégicas, mas também os próprios dilemas internos. "Lidar com pessoas com vivências totalmente diferentes da minha realidade foi bem difícil. Cada conduta dura que enfrentava despertava sentimentos que achava ter superado. Em diversos momentos me vi no meu limite", diz.
Relembrando sua trajetória, Natália admite que houve situações que gostaria de ter enfrentado de maneira diferente. "A questão de querer ser aceita foi uma das minhas grandes problemáticas. Não saber ser frágil também foi algo que marcou, além dos momentos de embate mais calorosos e a falta da minha família, que acabou se misturando com carência e solidão. Projetei isso em outra pessoa dentro da casa e hoje percebo o quanto poderia ter lidado melhor", conta ela, que tem vitiligo, doença não contagiosa caracterizada por manchas claras que se desenvolvem na pele.
Natália reconhece que a repercussão do programa em sua vida pessoal e profissional foi imensa. Ela avalia os impactos positivos como novas oportunidades e acessos, mas não ignora os desafios de ter se tornado uma figura pública. "É gratificante todo o amor e carinho, estar em ambientes que sempre almejei e ver as portas se abrirem. Mas ainda falta muito quando falamos em acesso para pessoas pretas no mercado, inclusão de corpos diversos e marcas que tratem a pauta com a seriedade que merece, especialmente no meu caso, como alguém com vitiligo", argumenta.
Natália também reflete sobre as cobranças que vieram com a exposição. "A pressão estética é enorme. O discurso de inclusão é lindo, mas a prática ainda está longe disso. Querem cobrar tudo: corpo, cabelo, traços. É preciso muita maturidade para não enlouquecer", critica.
Após o término do programa, Natália optou por um momento de recolhimento. "Me afastei de tudo e todos, não por raiva ou mágoa, mas porque precisava me acolher. Entrei em extrema depressão, achava que poderia ter feito mais, e isso me doía. A crítica ao meu corpo, cabelo, traços e às minhas manchinhas foi muito pesada. Mas, com acompanhamento e medicação, consegui superar e lidar melhor com tudo isso", recorda.
Hoje, Natália olha para a experiência com gratidão e evolução. Apesar dos desafios, ela valoriza as trocas com os ex-colegas de edição. "Aqui fora é vida normal. Desejo sempre o melhor para todos, afinal, tudo volta na mesma intensidade", afirma.