Réu por estelionato, o humorista, ex-BBB e influenciador Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, segue preso preventivamente, há 85 dias, na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan), na Região Metropolitana de Porto Alegre. O influenciador foi preso pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis (SC), no dia 14 de julho, em um suposto esquema de estelionato envolvendo uma loja virtual acusada de lesar consumidores. Tatiana Borsa, advogada do influencer, ao lado de Camila Kersch, informou à Quem com exclusividade, nesta quarta-feira (9), que a audiência de instrução e julgamento foi marcada para os dias 17 e 18 de outubro.
"Nos dias 17 e 18 de outubro haverá uma audiência de instrução e julgamento, quando serão ouvidas as testemunhas de acusação, as vítimas, e as de defesa, que são pessoas que foram ressarcidas pelo Dilson. Também haverá o interrogatório dos réus", explica.
Segundo a advogada, tudo o que Nego Di mais quer é ressarcir quem foi lesado. "Ele só pede para pagar. Tudo dele está bloqueado: dois carros e mais de R$ 1,7 milhão. Estão tolhendo o direito dele de pagar as dívidas. No processo, são 19 vítimas lesadas, chegando a um valor que R$ 300 mil. Mas ele já ressarciu várias vítimas. Inclusive, algumas dessas vítimas ressarcidas serão testemunhas de defesa dele na audiência. Estamos confiantes de que ele seja solto para pagar as vítimas. Ele é uma pessoa trabalhadora. Estamos bem esperançosos que ele saia. Ele jamais lesaria as pessoas que o seguem, que confiam nele. Ele foi ludibriado pelo Anderson", afirma.
Audiência de instrução e julgamento
A audiência de instrução e julgamento serve principalmente para colher todas as provas das partes e todos os depoimentos das testemunhas, juntamente com as provas orais a fim de tentar convencer o julgador. Ela é feita através de uma sessão pública e é comandada por um juiz. A juíza responsável pelo caso de Nego Di é Patricia Tonet.
Desde a prisão, a Justiça já negou ao menos três pedidos de soltura do humorista. No primeiro, no dia 26 de julho, a defesa de Nego Di sustentou não haver fatos que justificassem a prisão. No segundo pedido, no dia 1º de agosto, a equipe jurídica solicitou a liberdade do influenciador ou a substituição da prisão por medidas cautelares alternativas. No terceiro, no dia 4 de setembro, a defesa do influencer sustentou o argumento de que ele teria sido vítima de Anderson e não teria agido com dolo, ou seja, intenção de cometer o crime. Foram apresentadas conversas entre os réus para sustentar essa versão.
Relembre o caso
Nego Di é réu por crimes de estelionato qualificado pela fraude eletrônica (17 vezes). Segundo o Tribunal de Justiça, o influenciador e o sócio, Anderson Boneti, teriam lesado mais de 370 pessoas com vendas pelo site Tadizuera entre 18 de março e 26 de julho de 2022.
A apuração da Polícia Civil indica que a movimentação financeira em contas bancárias ligadas a Dilson na época, passa de R$ 5 milhões. Usuários relataram que compraram produtos como televisores, celulares e eletrodomésticos na página virtual, mas não teriam recebido os itens, nem a devolução dos valores. A Polícia Civil afirma que Nego Di usaria a própria imagem para aumentar o alcance dos anúncios pela web – com abrangência nacional, o que fez com que houvesse supostas vítimas até de fora do RS.
